Escrito Por Daisy Fortes.
Os primeiros casos de alergia ao látex foram relatados em 1933 e posteriormente diversos relatos passaram a surgir em diferentes partes do mundo.
Com o estabelecimento das medidas de
proteção universal e prevenção de doenças como AIDS, DST e Hepatite a
padronização do uso de luvas de látex fez aumentar o número de relatos
rapidamente.
Anafilaxia e as
primeiras mortes atribuídas à exposição ao látex foram documentadas por Slater
em 1989 2. Neste mesmo ano, análises mostravam que 0,5% dos casos de choques
per-operatórios eram
devido à alergia ao látex. Após dois anos este número passou a 12,5% 3. Em
1997, o FDA(Food and Drug Administration)
recebeu notificações de cerca de
2.300 casos de reações
alérgicas envolvendo produtos médicos com látex, sendo 225 casos de anafilaxia,
53 paradas cardíacas e 17 mortes.
No ano 200, o mundo já
conhecia a alergia ao látex com reação cruzada, quando o sistema imune passa a
reagir a outras coisas por terem proteínas iguais ou semelhantes as do alérgeno
inicial, e passava a falar em Alergia Látex Fruta.
Novos casos foram
surgindo, mais pessoas foram sendo diagnosticadas e os nomes também, passando
por Síndrome látex Frutas, Alergia Látex frutas Vegetais, Síndrome Látex Frutas
Vegetais Pólen e outros, até que em 2015 eu ousadamente sem ser médica batizei
de Síndrome Látex Alimentos – SLA, pois após 5 anos de estudos e contatos com
pacientes e médicos de todo mundo tornou-se evidente que não há um grupo
específico de alimentos ao qual as pessoa com alergia ao látex reagem, tendo
atualmente em nosso grupo brasileiro e outros pelo mundo pessoas com dietas
distintas porém a maioria muito restrita.
Em 2015 também muitos
mitos foram desfeitos e a necessidade de novos estudos se fez evidente na
Semana de Conscientização em Alergia ao Látex dos EUA com os dados
apresentados:
· 6% da população em geral
· 6% dos indivíduos atópicos
· 38% dos trabalhadores em odontologia
· 10 a 17% dos trabalhadores na área da saúde
· 34% das crianças com espinha bífida
· 11% dos idosos
· 12% dos trabalhadores em restaurantes
· 2ª maior causa de anafilaxias em salas de cirurgias
Outras constatações importantes chamaram atenção e se confirmam por
relatos de pacientes como o fato de qualquer pessoa poder adquirir alergia ao
látex e alimentos em qualquer momento da vida, não apenas o anteriormente dito
grupo de risco composto por pessoas com maior contato direto com ele, os casos
cada vez mais frequentes de crianças a apresentar reações nos primeiros
contatos com o látex ou alimentos que estabelecem reações cruzadas e também o
fato de pessoa com alergias moderadas com reações apenas de dermatite de
contato evoluem quase sempre para alergia mais graves por contato inalatório
que podem levar a anafilaxia e morte.
Diante do desconhecimento que ainda há, esta síndrome que é assim
chamada por envolver reações diversas passando por todos os sintomas alérgicos
e sensibilizando as pessoas acometidas a muito mais coisa que alimentos, pois
os relatos também apontam para maior sensibilidade a ácaros, pólen, aditivos, e
muitas coisas, pacientes do mundo todo estão aprendendo a contribuir em seu próprio
diagnóstico e conduta, sendo a dieta segura um grande desafio a ser
estabelecido pois a maioria só descobre ao que reage após a reação, exames
podem contribuir mas a clinica sempre é soberana, como também aprendemos nos
grupos como driblar e sobreviver diariamente ao uso maciço de látex pela
sociedade que faz do ambiente de hospitais, as contaminações nas indústrias de
alimentos, os balões por toda parte e tudo mais com látex que nos rodeia.
Daisy Fortes
26/01/2016
Fontes: (Allarcon JB, Malito M,
Linde H, Brito MEM),
Excelente texto Daisy!!! Que possa conscientizar as pessoas de que a alergia ao látex existe, não é rara e é adquirida pela exposição...
ResponderExcluirobrigado por prestigiar nossa página.
ExcluirExcelente texto Daisy!!! Que possa conscientizar as pessoas de que a alergia ao látex existe, não é rara e é adquirida pela exposição...
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